Se eu falasse as línguas dos homens e até as dos anjos,
mas não tivesse amor
seria bronze que soa
ou címbalo que tine.
Se tivesse o dom da profecia e conhecesse todos os
mistérios e todos
os saberes, se a
minha fé fosse a ponto de mover montanhas, mas não
tivesse amor, eu nada seria.
Se repartisse
pelos pobres tudo quanto tenho, e meu corpo entregasse às labaredas
mas não
tivesse amor, nada ganharia.
O amor paciente, repleto de bondade, o amor que
desconhece inveja e não ostenta orgulho,
o amor sem vaidade, que descura o próprio interesse,
e não se irrita e não suspeita mal, o amor que não colhe
alegria da injustiça,
mas se alegra com
a verdade;
tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
O amor jamais acabará:
há um tempo em que vacilam as profecias, as línguas
emudecem e o saber desaparece
porque só em parte conhecemos e só em parte profetizamos,
mas quando chega a perfeição os limites apagam-se.
Quando eu era criança, falava como criança, sentia como
criança, pensava
como criança:
quando me tornei homem abandonei as coisas de criança.
Agora vemos para um espelho, e de maneira obscura, o que
depois
veremos face a face.
Agora conheço apenas uma parte, mas então conhecerei
conforme
também sou conhecido.
Agora permanecem fé, esperança, amor, todos juntos.
Agora o maior de todos é o amor.
Cultura cristã
São Paulo séc. I
Trad. José Tolentino Mendonça
in Rosa do Mundo – 2001 poemas para o futuro
Editor: Assirio & Alvim
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