rosa,
rosa pequena
às vezes,
diminuta e desnuda,
parece
que me cabes na palma
da mão,
assim vou-te colher
e te levar à minha boca,
mas
de repente
meus pés tocam teus pés e minha boca teus lábios,
cresceste,
sobem teus ombros como duas colinas,
teus peitos passeiam pelo meu peito.
Meu braço mal alcança a rodear
a delgada linha de lua nova que tem a tua cintura:
no mar como na água te desataste:
meço apenas os olhos mais extensos do céu
e me inclino à tua boca para beijar a terra.
in Pablo Neruda – Os versos do capitão
(Chile 1904-1973)
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E ME INCLINO À TUA BOCA
PARA BEIJAR A TERRA
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